Como nem tudo são rosas, despacho já o lado mau disto:
– o PSV é uma equipa ofensiva e que joga um futebol atractivo, até aqui estamos todos de acordo. Mas o PSV não é uma equipa de topo e dificilmente passaria um grupo da Champions.
– no entanto, comentadores e adeptos viram-no como tal… um “super PSV” como se fosse aquele com quem perdemos a final da Champions em 88.
comentadores e o próprio Benfica… foram 120min (11 contra 11) em que de facto controlámos muitos movimentos do PSV, mas que nunca dominámos, nunca conseguimos ter bola, nunca conseguimos ser mais que uma equipa de contra-ataque como se fossemos o Arouca e eles o Benfica.
– o PSV é bom mas é no máximo do nível do Benfica (o plantel está avaliado em metade do Benfica no Transfermarkt), por isso espero que tenham noção que isto não convém ser bitola contra equipas desta qualidade.
Agora o que interessa:
– O “fechar a loja” do Jesus foi épico. O PSV que marca golos em quantidade e que só sabe jogar ao ataque, esteve 60min contra 10 sempre a atacar e tem 3 oportunidades de golo. O Benfica foi solidário, foi concentrado e teve aquela raça que não via há bastante tempo, talvez anos…
– o PSV não tinha mais ideias… ora tabelar com um médio de frente para o jogo a tentar picar por cima dos centrais, ora vir ao meio e depois voltar a abrir para o lateral cruzar já com os extremos por dentro, ora remates fora da área. Nada funcionou… praticamente só conseguiram algo quando o Benfica errou uma saída ou posicionamento.
Gordices más:
Veríssimo:
– estava capaz de o matar… o 1º amarelo surge de um erro grotesco e “tinha de ser”, o 2º não pode acontecer quando já tens amarelo. Foi infantil e ia dando cabo da sustentabilidade do Benfica nos próximos anos.
Yaremchuck:
– jogo difícil para ele, mas quando podíamos matar a eliminatória foi egoísta e tomou daquelas decisões que merece ser tirado do jogo imediatamente, descer um escorrega de lâminas e mergulhar numa piscina de citrinos.
Gilberto/Almeida:
– não dá… nestes jogos entende-se logo que não dá. Ambos cheios de vontade e atitude mas são claramente os melhores exemplos de que isso não chega. É preciso talento e não podemos mesmo confundir talento com “tá lento”. Que os milhões da Champions ajudem nisto.
Gordices boas:
Weigl:
– foi para mim o homem da eliminatória. Nos 2 jogos fez jogos assombrosos e ontem então foi demolidor. Está em todo o lado, não se precipita, com bola tenta que saia redonda, fortíssimo nos duelos sem nunca desistir, jogo incrível. Quem continua a não gostar dele pode ir de férias uns tempos?
Grimaldo:
– criticado por ter feito o jogo possível na 1ª mão tendo anulado por completo lances de perigo do Madueke, fez agora um jogo mais solto (mudou-se a forma de defender) e o rato atómico estava em todo o lado… incrível. Fez, deu a fazer, tirou, ajudou a tirar, o gajo até deve ter feito as sandwiches no final do jogo.
Vlachodimos:
– fez 1 defesa que foi um autêntico golo… As outras são reações só ao alcance dos mais ágeis. Enorme exibição, não acho que tenha sido o homem da eliminatória, mas foi de certeza um dos grandes.
Otamendi:
– nestes jogos é que percebemos o quanto ele devia ser SEMPRE o capitão. Que monstro. Pelo ar, pelo chão, em carrinho, em bloqueio, o homem devia ir preso pela quantidade de pão da boca que roubou aos gajos. Mudou de posição e continuou a liderar. Já de rastos nunca vacilou e devemos-lhe quase todos os fins de calafrios que tivemos nos cruzamentos do PSV.
Pizzi:
– grande jogo, não complicou, teve a atitude certa de um capitão que sabe onde tem de estar quando são jogos de dificuldade mais elevada.
Ganhámos certamente uma equipa ontem.
Precisávamos todos de uma “vitória” suada para nos lembrarmos que por vezes tem de ser assim e que se os jogadores mostrarem a atitude certa, não há como ignorar esse esforço e vamos sempre apoiar, mesmo o Almeida.